Aldo Fornazieri
A crise desencadeada a partir das suspeitas que recaem sobre o Ministério do Esporte está levando o governo a uma situação perigosa.
A pergunta central que muitas pessoas se fazem e que o governo precisa responder é a seguinte: como é possível que existam tantos supostos bolsões de corrupção sem que o governo saiba?
Afinal de contas, o governo tem órgãos de controle e de investigação como a Controladoria-Geral da União, a Abin e a Polícia Federal.
Até o próprio Congresso e a oposição mostram-se omissos na fiscalização do Executivo. Então, o que parece acontecer aos olhos da opinião pública é o seguinte jogo: as autoridades aceitam a corrupção como um dado de realidade e só reagem quando a corrupção se transforma em escândalo. Por que agem desta forma? De duas uma: ou por conveniência política ou por conivência.
No Brasil, a estabilidade política do governo e em boa medida a própria governabilidade dependem da existência de uma coalizão majoritária. Muitos culpam a coalizão como a causa da corrupção.
Trata-se de um equívoco, pois a coalizão é necessária e a corrupção não deriva da sua natureza. A corrupção está associada ao fato de ser estrutural, às acomodações políticas sem critérios na formação das coalizões governamentais e à falta de punição.
Para mudar este quadro, a atitude do governante, de quem nomeia, é fundamental. Ou ele compõe um quadro de auxiliares a partir de critérios de liderança, competência e moralidade ou ele continua sendo refém de interesses partidários e de grupos, nem sempre legítimos.
O presidente da República, o governador, o prefeito não podem simplesmente aceitar indicações dos partidos. Devem estabelecer critérios para indicação de nomes e submete-los ao seu próprio crivo.
No caso atual, seria aconselhável ao governo reiterar a combinação de dois princípios: ter uma base política estável e um ministério composto por critérios de competência e moralidade.
Reduzir bolsões de corrupção no poder público é uma urgência demandada pela necessidade de manter a legitimidade das instituições.
A pergunta central que muitas pessoas se fazem e que o governo precisa responder é a seguinte: como é possível que existam tantos supostos bolsões de corrupção sem que o governo saiba?
Afinal de contas, o governo tem órgãos de controle e de investigação como a Controladoria-Geral da União, a Abin e a Polícia Federal.
Até o próprio Congresso e a oposição mostram-se omissos na fiscalização do Executivo. Então, o que parece acontecer aos olhos da opinião pública é o seguinte jogo: as autoridades aceitam a corrupção como um dado de realidade e só reagem quando a corrupção se transforma em escândalo. Por que agem desta forma? De duas uma: ou por conveniência política ou por conivência.
No Brasil, a estabilidade política do governo e em boa medida a própria governabilidade dependem da existência de uma coalizão majoritária. Muitos culpam a coalizão como a causa da corrupção.
Trata-se de um equívoco, pois a coalizão é necessária e a corrupção não deriva da sua natureza. A corrupção está associada ao fato de ser estrutural, às acomodações políticas sem critérios na formação das coalizões governamentais e à falta de punição.
Para mudar este quadro, a atitude do governante, de quem nomeia, é fundamental. Ou ele compõe um quadro de auxiliares a partir de critérios de liderança, competência e moralidade ou ele continua sendo refém de interesses partidários e de grupos, nem sempre legítimos.
O presidente da República, o governador, o prefeito não podem simplesmente aceitar indicações dos partidos. Devem estabelecer critérios para indicação de nomes e submete-los ao seu próprio crivo.
No caso atual, seria aconselhável ao governo reiterar a combinação de dois princípios: ter uma base política estável e um ministério composto por critérios de competência e moralidade.
Reduzir bolsões de corrupção no poder público é uma urgência demandada pela necessidade de manter a legitimidade das instituições.
ALDO FORNAZIERI é diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo
*Publicado na Folha de S.Paulo, em 27/10/2011.
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